!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Rosmaninho: março 2006

Rosmaninho

sexta-feira, março 31, 2006

O amor é uma companhia

Lugares do Rosmaninho Março 2006

O amor é uma companhia.

Já não sei andar só pelos caminhos.

Porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa

E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.

E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.

Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.

Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro


segunda-feira, março 27, 2006

Em cena... nos lugares do Rosmaninho

No maior palco dos lugares do Rosmaninho, oferecido pela Natureza, está em cena a Primavera.
São várias as personagens... Grande é a sua Arte!
Hoje, para comemorar o Dia Mundial do Teatro, apresento-vos algumas... são flores silvestres que encantam quem se digne admirá-las.
É um espectáculo que se prolongará até ao final do mês de Abril... poderá chegar a Maio...


sexta-feira, março 24, 2006

Antes que... :) O Rosmaninho agradece.

Se pedir peço cantando
Sou mais atendido assim
Porque se pedir chorando
Ninguém tem pena de mim
António Aleixo, poeta popular algarvio

Hoje não vos falo dos meus lugares. Amanhã, talvez...

Antes que esta árvore fique com folhas...:) Alguém será capaz de me explicar como se colocam vídeos no blogue e como posso colocar músicas de Cd, aqui? Nada percebo destas coisas, tudo o que aqui coloco tem sido com muito disparate à mistura :):):)... De vez em quando, a Lurdes Costa dá-me uma ajudinha preciosa mas... vídeos e músicas de Cds meus não sei como aqui deixar e gostaria muito de o fazer.

O Rosmaninho agradece.

Por enquanto...;)

~*Um beijo*~

quarta-feira, março 22, 2006

Água


Água!...
Gosto de ouvir a sua música no telhado e de a ver molhar a varanda!
Cuido dela, todos os dias... Sinto que gosta das atenções que lhe dou. Não é muito exigente...
Só pretende a minha amizade e eu... sei a melhor forma de lhe dar carinho:
Poupo-a!

A sabedoria popular dela fala...

Água fria, lava e cria.
Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura.
Águas passadas, não movem moinhos.
Água corrida, não faz mal à barriga.
Água bate na rocha, mas quem paga é o mexilhão.
Água fria e pão quente, nunca fizeram bem ao ventre.
Água sobre mel, sabe mal e não faz bem.
Água de Março, pior que nódoa no fato.
Água salobra, em terra seca é doce.
Águas paradas, cautela com elas.
Águas quietas, são profundas.
...

terça-feira, março 21, 2006

Uma árvore...

"Uma árvore um amigo,
que devemos bem tratar
um amigo de verdade ..."
Estas são as árvores que mais conviveram comigo, desde que nasci e ao longo de três décadas... Chamava-lhes pimenteiras, desconheço o seu verdadeiro nome, sempre ouvi este ... pimenteiras. Não imagino os anos que devem ter...
Muito brinquei à sombra delas... muito sabem da minha infância e adolescência...
Sentada nas escadas com as minhas amigas e amigos, muitas combinações de jogos e de brincadeiras fizemos...
Às tardinhas, aquele lugar, era o nosso ponto de encontro... Seis a oito miúdos e... mais tarde, jovens... Ali conversávamos, ali fazíamos os nossos desabafos, ali ríamos, ali nos aborrecíamos uns com os outros, tudo, ali, era perdoado...
Não me recordo se, ao longo de todo o ano, as pimenteiras tinham as suas "bolinhas" avermelhadas, parecidas com grãos de pimenta... Com elas, inventávamos pitéus para as nossas bonecas. Sei que o seu cheiro não era muito agradável mas... não fazia mal, perto havia uma bica (de água) onde as mãos eram lavadas.
Lembro também, o respeito que por estas pimenteiras sempre tive e tivemos. Nenhum, do nosso grupo de amigos, as maltratou. Éramos incapazes de lhe quebrar um ramo e de escrever nos seus troncos. De vez em quando, apareciam uns caracteres a estragar-lhes os troncos e todos eram inquiridos, pelo grupo, sobre o acontecido... sempre confiámos que todos as protegiam.
Muitas são as árvores, nos meus lugares, com inúmeras histórias para contar, que têm sido cortadas... não compreendo...
As pimenteiras, perto da Sé e do Castelo, as que hoje homenageio ( de uma forma muito simples...à minha maneira) têm resistido... felizmente.

segunda-feira, março 20, 2006

Primavera



Hoje, o dia e a noite têm a mesma duração.
Os dois hemisférios - norte e sul - partilham por igual o dia e a noite, no momento em que acontece o equinócio, no momento em que o Sol corta o Equador.
Começa a Primavera!
E... Tudo se renova...

domingo, março 19, 2006

Dos melhores momentos...


Dos melhores momentos da minha vida escolho lembrar quando o meu pai me levava pela mão, nos nossos passeios a pé, se ria às gargalhadas com as minhas brincadeiras, me contava histórias com todos os detalhes e ouvia o que eu lhe contava.

Obrigada pai, por estes momentos. Penso que foram eles que me prepararam para a vida...

sexta-feira, março 17, 2006

As pedras

Grés de Silves
~~~

As pedras

As pedras falam? Pois falam

mas não à nossa maneira,

que todas as coisas sabem

uma história que não calam.

...

As pedras falam? Pois falam.

Só as entende quem quer,

que todas as coisas têm

uma coisa para dizer.


Maria Alberta Menéres
Conversas Com Versos, p. 86
~~~

terça-feira, março 14, 2006

O nó do afecto

Era uma reunião de pais, numa escola da periferia, a directora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam dispor de algum tempo para dedicar às crianças.
A directora ficou surpresa quando um pai s se levantou e explicou, com o seu jeito humilde, que ele não tinha tempo para falar com o filho, nem vê-lo durante a semana. Quando saía para o trabalho era muito cedo e o filho ainda estava a dormir. Quando voltava era muito tarde e o garoto já não estava acordado. Explicou ainda que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Confessou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites, quando chegava a casa. E para que o filho soubesse da sua presença ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó sabia, através dele, que o pai tinha lá estado e o havia beijado.
A directora emocionou-se com aquela história singela. Também ficou surpresa quando constatou que o filho daquele pai era um dos melhores alunos da escola.

As crinças podem não entender o significado de muitas palavras mas sabem registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afecto.

Autor anónimo

Seria muito bom que todos os pais dessem um nó afectivo no lençol dos seus filhos.

Seria muito bom que, todos os dias, fosse dado um nó afectivo no lençol do nosso próximo.

sexta-feira, março 10, 2006

Tanto me basta

Arredores de Silves vistos do Castelo 10 de Março 2006

~~~

Não sei se é amor que tens

Ou amor que finges

O que me dás

Dás-mo. Tanto me basta.

Fernando Pessoa

~~~


quinta-feira, março 09, 2006

Galinhas... e gripept.net


A imagem parece retirada de uma paisagem campestre mas não...
Achei graça, ao passear pela avenida da minha cidade, mesmo na margem do rio , existe uma pequena horta com faval, laranjal...melros, pardais, galinhas, galos, frangos, frangas, pintos :)...

Há tempos inscrevi-me no projecto gripenet e, semanalmente, recebo notícias actualizadas acerca da gripe das aves.
Pela importância deste projecto, é urgente divulgá-lo. Todos, em minha opinião, deverão fazer a sua inscrição.
http://www.gripept.net/
"Povo informado... tem meio caminho andado." :):)

quarta-feira, março 08, 2006

Mulher... ? - Não sei.

Malmequeres silves tres

Toda a gente aprecia a obra de um grande artista e, por vezes, dedica-lhe um monumento... Não me parece que alguém o tenha feito à Mulher por dar ao Mundo crianças, que são obras infinitamente maiores...

Mulher, qual é o teu nome? - Não sei.

Quantos anos tens? - Não sei.

Por que cavaste este buraco? - Não sei.

Há quanto tempo estás escondida? - Não sei.

Mordeste-me porquê? -Não sei.

Não sabes que não te faremos mal? - Não sei.

De que lado estás? - Não sei.

Isto é uma guerra, tens de escolher! - Não sei.

A tua aldeia ainda existe? - Não sei.

Quem são estas crianças?- São os meus filhos.

Wislawa Szymborska "Vietnam" (tradução livre)


terça-feira, março 07, 2006

Mirante

Mirante Silves
Ao fim da rua, onde nasci e vivi durante duas décadas e meia, encontra-se este mirante que nos permite avistar uma grande parte da cidade de Silves.
Aqui brinquei muito, com as minhas amigas e amigos. Uma das brincadeiras preferidas era atirar pedrinhas (só muito pequeninas) para os quintais e varandas situados na parte de baixo. Julgávamos que eram inofensivas mas... (grande era o "prazer" que tínhamos, pois escondíamo-nos até sermos apanhados em flagrante delito) a vizinhança zangava-se muito, gritando lá debaixo que ia contar tudo aos nossos pais.
Parávamos, por uns dias depois... quando nos apetecia lá voltávamos à brincadeira de miúdos traquinas.
Que pestinha, fui! :):):):)
Os vizinhos, apesar das nossas tropelias, eram amigos, nunca disseram aos nossos pais e sempre me chamaram por Meninha... :):):):)
Engraçado!... Ainda hoje, esta carinhosa maneira de tratar continua.
Já não há crianças, naquela rua... A minha geração foi a última a fazer estas tropelias, em grupo de crianças residentes. Os vizinhos, alguns, também já partiram para um lugar bem distante...
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
(...)
Alberto Caeiro

segunda-feira, março 06, 2006

Uma rua... Uma história...

Ano 60... A esta hora...Neste dia...Nesta rua...Nesta casa...

- A minha mãe teve um menino! Já tenho um irmão! Nasceu esta noite!- anunciava uma menina, de quatro anos e meio, a quem por ali passava.

Luís veio completar a felicidade daquela família. Era um menino lindo, gordinho, olhos lindos, cheio de saúde, a mãe tinha-lhe dedicado todos os cuidados, enquanto o esperou.

6 de Abril, ano 60... Gostava o Luisinho muito do banhito diário mas... naquele dia, algo foi encontrado de anormal, pela mãe atenta. Um durãozito... bem vermelho, perto do ânus. O médico não julgou que fosse preocupante e com uma pomadita tudo se resolveria.
7 de Abril, ano 60... Grande era o choro do bebé, dia e noite e... do durãozito só restava um fiozinho húmido. Muito rápida a sua desaparição, segundo o médico, não deveria ser assim... passou um só dia...
Luisinho chorava dia e noite, muitos médicos em todo o Algarve o observaram, cada um com a sua opinião, lágrimas na mãe, lágrimas no pai a menina viu...
Dores enormes em toda a família, maiores no menino lindo.

Junho ano 60... Lisboa recebeu os pais e o Luisinho. Exames em hospital concluíram - Caso raro! É necessário internamento!- e foi assim durante dois longos anos...
Toda a alegria, iniciada no dia 6 de Março, foi diminuindo. A menina não entendia o que se passava... Privada da presença da mãe, era acarinhada pelo pai e bisavó que fingiam estar tudo bem.

Anos 61, 62, 63, 64... Anos de Esperança... Nos seus Verões, meses passados na praia, ajudaram aos primeiros passos de Luisinho. Parecia que iria andar, falar, brincar. Olhar, sorrir, sorrir... era o que melhor sabia fazer. E a menina insistia muito para que este sorriso acontecesse todos os dias... dedicava-lhe momentos de brincadeira... correspondida por um sorriso, uma tentativa de gargalhada...

Chegaram os Invernos... 65, 66, 67... - Só um milagre! Os senhores acreditam?- palavras de médicos.
68, 69, 70, 71... Anos de sofrimento, de muita dor, muita lágrima...
A menina só os via no irmão, aos pais não se lembra. O pai com ela brincava, saía, a menina era alegre e brincalhona, a mãe bem dedicada ajudava-a em tudo... com ela muito conversava.
A Esperança, naquele lar, sempre existiu.

A 12 de Maio de 72 ...
O sorriso que a menina, feita adolescente, procurava diariamente, quando regressava da escola, não aconteceu... Minutos depois, soube que os anjos decidiram poisar, de mansinho, naquele lugar, e conhecer o Luisinho. O seu sorriso a eles dirigiu e assim... foi levado nas asas de um anjo, para um lugar bem distante... Onde estão as estrelas...

-Porquê? Porquê? De novo única!- perguntava aquela jovenzita.
Foram difíceis... o Verão, o Outono, o Inverno, a Primavera seguintes... Valeu-lhe o Grande Amor de sua mãe, de seu pai, família e amigos. Voltou a ser muito alegre e brincalhona, até hoje...

Todos os anos, neste dia 6 de Março, as estrelas mostram o seu brilho maior, estão em festa...
E... uma estrelinha bem pequenina, que todos os dias acena... neste dia, ainda mais sorri, cintila ainda mais e oferece, ainda mais, uma Alegria imensa a esta menina feita mulher.


domingo, março 05, 2006

Os Domingos da Quaresma


Há tempos li esta frase: "A vida começa aos 50 anos". Julguei que não era bem assim...
Hoje parece-me que será mesmo. Até aos quarenta, o tempo é medido de outra maneira, temos todo o tempo à nossa frente mas depois... começamos a ver que pode não ser assim...
Começo a sentir que me falta tempo para ver, com olhos de cinquenta, o que se passa à minha volta.
Regressei, há dias, aos lugares onde nasci, cresci, brinquei, vivi.
Pareceu-me que havia séculos que lá não ia... embora vivendo a um quilómetro de distância.
Que saudades! A minha rua velhinha, a minha casa (agora azul e branca e de outros) a Sé...
Ali, naquele lugar, muito aprendi, muito me foi transmitido por todos que me rodearam e rodeiam. Houve, no entanto, uma pessoa (minha mãe) que me ia explicando, na sucessão dos dias o seu significado, de acordo com a tradição em que foi educada.

Dizia então minha mãe sobre os Domingos e os dias " São quarenta os dias de Quaresma e seis os domingos até ao Domingo de Páscoa. A Igreja Católica Romana e Apostólica chama-lhes I, II, III, IV, V da Quaresma e o VI de Ramos. Eu aprendi assim...Ana, Magana, Rebeca, Susana, Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos. I, Ana,mãe de Maria; II Magana, Maria Madalena; III Rebeca, mulher de Isaac; IV Susana, bela judia injustamente acusada de adultério; V Lázaro, ressuscitado por Cristo; VI Ramos ( era assim a correspondência)"

Hoje celebra-se o 1º Domingo de Quaresma, segundo a tradição da Igreja Católica, em que fui baptizada.
Não posso ignorar, esquecer o que me foi transmitido por quem muito me amou, amei e continuará para sempre a ser amada.
Que este seja um Bom Domingo!

sábado, março 04, 2006

Bom Fim de Semana!

Outro lado de Silves minha... 3 de Março de 2006 ao acender das luzes

Maravilhas mil, neste Fim de Semana um pouco cinzento, é o que gostaria que me/ vos acontecesse.

~*Um beijo*~


quarta-feira, março 01, 2006

Março e a Natureza


1 de Março... este ano coincidiu com a Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma, noutro post falarei da Quaresma no meus lugares.
Hoje gostaria de aconselhar...

Repare na Natureza em Março.

Cheira a flor de laranjeira, a jasmim, a glicínia.
As cerejeiras e outras árvores de fruto já estão em flor.
Nasce erva em Março ainda que lhe dêem com um maço.
Desperta a rã e o ouriço-cacheiro.
Os passaritos acasalam e fazem o ninho.
As andorinhas já chegaram.
E... quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.

Mas... cuidado... Março virado de rabo, é pior que o diabo.
 
Site Meter Counter
Rosmaninho agradece a sua visita.(Tente clicar nas fotografias)