Homenagem ao Grés de Silves
Antes de começarmos a visita que vos propus, gostaria de vos dizer que o percurso "exige" um certo conforto, principalmente a nível de calçado.
Os lugares por onde vos irei levar têm muitas subidas e descidas, a calçada é muito antiga, está muito polida, entre as pedras existem intervalos que podem prender os saltos das senhoras e estragar as biqueiras dos sapatos. Cuidado com as pedras soltas! Aconselho-vos calçado bem confortável.
E por falar em pedras... A conversa é como as cerejas... Hoje lembrei-me fazer uma humilde homenagem ao grés de Silves, desconheço se já lhe fizeram alguma...
A imagem que estão a ver mostra o grés de Silves, abundante nesta zona e por isso muito utilizado em tempos que já lá vão e nos nossos tempos na construção de edifícios. O castelo de Silves, as Portas da Cidade, as muralhas que a rodeiam e alguns edifícios mais modernos testemunham a sua utilização.
No que me diz respeito, em pequenina também utilizei muito o grés de Silves.
Gostava muito de "fazer pó vermelho", roçando uma pedra noutra, misturava água, imaginava que era tinta e dedicava-me à pintura das paredes... é claro, ficava sempre mal com estas pinturas... apanhava com cada raspanete da minha mãe! O pior é que a tinta custava a sair das paredes, nem com lixívia!... Quando as minhas bonecas estavam com sintomas de gripe, constipações ou alergias fazia-lhes um chá utilizando o mesmo processo ( pó, água...), depois tapava-as muito bem e milagre dos milagres!... O certo é que passados alguns segundos estavam sem alguns sintomas de doença.
Valeu-me nunca ter tomado aqueles "chás" tão pouco medicinais é que as roupas das bonecas ficavam com a cor do grés e também tinha muita dificuldade em fazê-las voltar à cor inicial. Hoje penso naqueles tempos e solto uma gargalhada, bons tempos!
Aqui fica homenagem que me faltava fazer ao grés de Silves.
Só tenho pena que o meu filho nunca tivesse brincado como eu brinquei com esta pedra... Também lamento não ver as crianças que me rodeiam a mexerem nela e a sujarem com ela as suas mãozitas, apesar de continuar a ser abundante por aqui.
5 Aromas:
23 novembro, 2005 15:42, Anónimo e o seu perfume...
Mãe, Mena
Tás a esquecer-te que também brinquei muito com essas pedras. Não te lembras como ficava com a roupa, quando a nossa rua ainda não estava arranjada? Ia p'rá terra brincar com os carrinhos e fazia as estradas com o grés. Os camiões e as bulldozers que tinha carregavam grés que se fartavam.Tou aqui a "defender-me", também apanhei muitos raspanetes teus,por causa da terra e das pedras.
Pá próxima conta tudo como deve ser!!!!!!! Ah, ah, ah,ah, tou a brincar,tá!
João
23 novembro, 2005 16:12, Rosmaninho e o seu perfume...
Tens toda a razão, João. Não me lembrei deste pormenor, são já muitos anos! Mas já agora, também me parece que sofres de amnésia e ainda és muito mais novo. Onde ficaram as letras que faltam nas palavras?
Para a próxima não te esqueças de as escrever como deve ser, está bem?
Um beijo
Mãe Mena
23 novembro, 2005 16:53, Anónimo e o seu perfume...
Ola menina traquina!!!
Gostei destas tuas histórias!!!Vai-nos contando mais parecidas!!!
E tens razão é mesmo uma pena hoje em dia as crianças não se sujarem mais,na pedra,na terra...no fundo, no meio da Natureza.Era sem duvida mais saudavel!!!
Beijinhos grandes e continuação de boa semana
23 novembro, 2005 19:54, Anónimo e o seu perfume...
Gostei muito de "GRÉS de Silves" é uma história de infância aquelas que guarda-mos com ternura,são as nossas..."Pedras do Coração"...
Pá próxima conte tudo como deve ser!!!! O João é que sabe....
Beijinhos sem pó nem pedras!
24 novembro, 2005 03:03, Anónimo e o seu perfume...
Olá Mena!
Li com bastante atenção estes dois "relatos" de algumas das suas vivências e gostei imenso. Parabéns pela maneira tão original e simpática com que nos convida a fazer esta visita.
Continue a escrever sobre a sua linda cidade, estou a gostar muito deste cantinho, onde o aroma de rosmaninho é uma constante e contagiante!
Beijinhos e até breve. *****
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